Manifesto a Crioulização
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Descrição
O texto de Mário Lúcio Sousa é um ensaio-manifesto que procura proclamar um outro rosto do humano que, no plural, se escreve no espaço da fronteira e da intersecção. Como ensaio-manifesto, começa por ser um ensaio, existencialmente radicado na experiência humana da Crioulização, que é uma experiência que nasce no dilema, se alimenta da relação e se consuma na assunção de identidades dinâmicas, plurais e compósitas, numa palavra, Crioulas. Tem, assim, um suporte antropológico, que supõe dor, sofrimento e luto durante séculos de colonização, mas que implica um reposicionamento epistemológico reivindicador de novas formas de constituição e partilha do saber, que reclama uma postura ética diferente, baseada numa “poética da relação” (Éd. Glissant) e numa cultura da convergência e do perdão, e que postula uma nova praxis política assente na ação dos dominados, verdadeiros sujeitos da descolonização, entendida como processo coletivo, no quadro de um novo humanismo universalista que de qualquer parte do mundo se alarga e se inscreve rizomaticamente em qualquer outra parte. Mas é, igualmente, um reequacionamento estético da criação artística. O conceito de Crioulo ultrapassa, pois, qualquer origem biológica, histórica e geográfica ou a sua redução ao linguístico, para se propor como um paradigma novo e dialógico de se ser diferentemente humano.
Do ensaio que fundamenta esta noção de Crioulo emerge a sua forma de manifesto: crença, confissão, narrativa, afirmação, promessa e projeto no papel que a memória das vítimas nos cruzamentos de culturas tem para a criação de novas identidades que multiplamente se dizem na primeira pessoa do singular (e manifesto, mais do que substantivo é a primeira pessoa de uma forma verbal), mas se constroem, em interacção, na primeira pessoa de um plural que faz do nós o rosto humano do mundo transformado em casa de afectos, de fraternidade e de amor.
Informação adicional
Autor | |
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Data | |
Edição | 1.ª Edição |
Série | |
DOI | 10.14195/978-989-26-2177-7 |
eISBN | 978-989-26-2177-7 |
ISBN | 978-989-26-2176-0 |