Uma autobiografia da razão: a matriz filosófica da historiografia da cultura de Joaquim de Carvalho
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Descrição
«Uma autobiografia da Razão» é um estudo de significação da opera omnia de Joaquim de Carvalho (1892-1958), historiador das ideias, da cultura e da filosofia, catedrático em Coimbra e o grande animador e director (1921-1934) da Imprensa da Universidade, obra estabelecida dentro daquela grande inquietude do nosso tempo, à qual só uma resposta humanista aniquiladora da cultura sem alma “puramente técnica” e superadora do “tipo intelectual, que apenas se move no reino dos meios” se impunha.
Ora, esse repto só seria perceptível se reconduzisse à via compreensiva o pensamento racional, crítico e analítico; e o incorporasse numa hermenêutica da contemporaneidade, para a qual a escola se deveria autoconstituir como aparelho privilegiado ao aprofundar, como criação paidêutica, um estilo de pensamento dialógico que reconhecesse à alteridade os mesmíssimos direitos de cidade que à ipseidade outorgava.
A esta epistemologia da cultura democrática, de fuga espinosiana e leibniziana (pois não é só o de jure transcendental kantiano mas a outridade monadológica que atravessa o prisma de luz), se entregou em busca de uma clara formulação política que ele mesmo enunciou na praça pública e continuaria a repetir, por vezes na surdina epistolar, aos exaustos ouvidos epocais – matraqueados internamente pelo desumano volume das demonstrações da evidência e da evidência da força e pela salvífica pressão e repressão totalitária que incendiando a Europa, na propaganda, na proibição, na polícia, na morte, matava as expectativas da liberdade cerradas à parede pelo voluntarismo das «democracias orgânicas» völkishou pela fantasia perfeccionista da cientificidade das «democracias populares».
Informação adicional
Autor | |
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Data | |
Edição | 1.ª Edição |
Série | |
DOI | 10.14195/978-989-26-0965-2 |
eISBN | 978-989-26-0965-2 |
ISBN | 978-989-26-0964-5 |