Eu mesma matei meu filho: poéticas do trágico em Eurípides, Goethe e García Lorca

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REF: 200004540 Categoria:

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A representação poética do filicídio materno é o eixo conceitual para a aproximação, proposta neste livro, entre três dramaturgos que, embora distantes no tempo, se avizinham no interesse que compartilham pela matéria trágica. A partir desta perspectiva, a Medeia (431 a.C.) de Eurípides, a Gretchentragödie (1790) de Goethe e a Yerma (1934) de García Lorca confirmam-se como obras teatrais cujo sentido do trágico repousa na antinomia do assassinato da criança pelas mãos daquela que lhe deu vida. O filicídio, nestes casos, funciona antes como metáfora plurivalente que afirma o corpo e o feminino como residências trágicas de conflitos primordiais: o sagrado versus a razão, a estética versus a política, a literatura versus a filosofia, a intuição versus o conceito. Neste panorama, o presente ensaio propõe uma leitura comparada entre os clássicos em questão e o debate intelectual que as suas tragédias suscitaram, desde as discussões sobre o valor da poesia e da catarse (Platão, Aristóteles), passando pelas questões do sublime e da vontade (Kant, Schiller, Schopenhauer) até às modernas revisões do trágico propostas por Nietzsche e Unamuno.

Informação adicional

Autor

Data

,

Edição

1.ª Edição

Série

DOI

10.14195/978-989-26-1222-5

eISBN

978-989-26-1222-5

ISBN

978-989-26-1221-8