Academia de Coimbra (1880-1926): contributo para a sua história

”A Universidade de Coimbra é constituída por duas componentes bem distintas, mas complementares. Uma é a Universidade propriamente dita com as suas oito Faculdades, frequentadas pelos seus 23.000 alunos, com o seu Reitor assessorado por Vice-Reitores e Pró-Reitores, com o Senado, com a Assembleia de Representantes e os Concelhos Diretivo, Científico e Pedagógico de cada uma das Faculdades, com os seus currículos escolares, centros de investigação, com os graus académicos (Licenciatura, Mestrado, Doutoramento e Agregação) que confere, com os concursos do seu pessoal docente e dos seus funcionários, com a Sala dos Capelos – a mais bela Sala do nosso País, para quem lá fez provas académicas e/ou proferiu a Oração de Sapiência ou foi Padrinho num Doutoramento solene…-, com a sua Capela, a recordar os tempos em que a Universidade de Coimbra foi uma típica Universidade tridentina, e com muitos serviços, Assessorias, Gabinetes… A outra componente da Universidade de Coimbra é a Associação Académica, com os seus múltiplos organismos. É à Associação Académica – de que são membros todos os estudantes sem necessidade de inscrição e sem pagar cota – que, com alguma frequência, se dá o nome de Academia de Coimbra. É desta Academia, ou seja, da vida dos estudantes “fora dos muros” da Universidade propriamente, que se ocupa o trabalho (que tem por base a Dissertação de Doutoramento) de Manuel Alberto Carvalho Prata, nos quarenta e seis anos que medeiam entre 1880 e 1926. É um período que é, ao mesmo tempo, de crise e de “rissorgimento”. Excerto do Prefácio de Joaquim Ferreira Gomes.