Tratamento farmacológico da depressão na mulher grávida

A abordagem da terapêutica do quadro depressivo é um tema de particular atualidade. A complexidade da vida moderna, os quadros multifacetados das diversas crises que as sociedades atravessam, a turbulência do quotidiano de parcela significativa dos cidadãos de hoje são apenas algumas das condicionantes das alterações de índole psicológica, que podem culminar em depressão. Só por isso se justificaria a avaliação do tratamento de um distúrbio que afeta uma larga camada da população dos nossos tempos. O fenómeno é de tal forma comum que já se institucionalizou mesmo o “Dia Europeu da Depressão”, o qual se assinalou, no ano transato, no dia 1 de outubro.

O texto agora apresentado está imbuído de espírito do maior rigor científico e busca, de forma sistemática, informação credível para permitir a melhor decisão clínica por parte de quem se confronta com o tratamento do síndroma depressivo antes, durante e após a gravidez. E dada a complexidade do problema ou dos problemas envolvidos quer na patologia, quer nas opções terapêuticas, nunca são apontadas sugestões ou indicadas atitudes, deixando ao leitor, não só o enquadramento teórico da questão, mas sobretudo a responsabilidade consciente da decisão clínica individual e particularmente difícil porque eivada de riscos. Decisão que sempre e em última instância tem de ser partilhada e aceite pelos pacientes que vivem e sofrem não só com a doença, mas também com as consequências das eventuais terapêuticas.