A escola primária como rito de passagem: ler, escrever, contar e se comportar

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REF: 200001317 Categoria:

Descrição

Tendo por objetivo o estudo da escola portuguesa noperíodo compreendido entre 1820 e 1910, procuramos a identificação de aspectosconcernentes à interface entre as práticas escolares e o debate social sobre asmesmas. Por essa trilha metodológica, propusemo-nos a historiar o cotidiano,pressupondo nele uma história dos atores que vivem a escola; que agenciam odia-a-dia escolar. Além disso, tínhamos a intenção de entrelaçar esse ensaio daescola que passou com as representações postas no imaginário pedagógico dasociedade portuguesa na referida época. Por ser assim, pretendíamos verificar aintersecção entre os modos como a sociedade percebia o fenômeno da instrução eos procedimentos realmente adotados para o ensino, com a finalidade dereconstruir pela escrita alguns aspectos que pontuaram o universo simbólicoacerca da educação em Portugal de um século atrás. A escola primária era, emPortugal do século XIX (1820-1910), um ritual entre gerações. À infância, erasuposto o reconhecimento escolar da tradição do povo e do passado do país. Àinfância seria também entregue o futuro. Cabia, portanto, à escola a projeçãodesse futuro, a exemplo do passado. Compreender a sociedade portuguesa doperíodo exigiria então o reconhecimento desse intervalo entre passado e futuro;essa mudança de temporalidade representada pelos anos de escola. A escola erauma ‘forma’, um ‘modelo’ de criação e de irradiação de valores; valores que,muitas vezes ‘reproduzindo’, no mínimo, ela ajudou a criar. A escola primáriaera também a instituição que a comunidade reclamava para se fortalecer. Aescola era o lugar de produção do cenário coletivo para a generalização docódigo da escrita. A escola era enfim o ambiente que paradoxalmente se opunha ecomplementava a ação familiar. O presente trabalho procurou então rastrear ossinais do discurso sobre a escola: quem era enfim essa escola que a modernidadecriou, e no que supostamente ela se deveria tornar? Nesse diálogo entre odomínio da realidade do ensino e as prescrições – legais, intelectuais,institucionais, literárias – sobre o ideal educativo almejado, procurou-seinterpretar a variação das fontes, estabelecendo sentidos, conexões, inferências,regularidades; enfim, compondo um relato. Na longa duração de quase um século,procurou-se perceber as rupturas e permanências de uma atmosfera escolar, cujosalicerces talvez tenham algo a dizer à nossa contemporaneidade pedagógica.

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Autor

Data

,

Edição

1.ª Edição

Série

DOI

10.14195/978-989-26-0572-2

eISBN

978-989-26-0572-2

ISBN

978-989-26-0154-0