O poder da arte: o Estado Novo e a cidade universitária de Coimbra
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Descrição
A construção da cidade universitária de Coimbra, levada a cabo entre 1941 e 1975, supôs uma intervenção urbana tão profunda e afirmou-se tão claramente como uma obra de regime que se torna difícil exagerar o seu significado. Ela é, a par dos tribunais, uma das melhores expressões da arquitetura de poder do Estado Novo. Nenhuma obra revela tão bem o uso propagandista do património. No entanto, observada em pormenor, deixa ver a ação por vezes desencontrada dos organismos oficiais. E a sua receção crítica sugere uma escassa capacidade de endoutrinação. É no seio da arte totalitária que a cidade universitária de Coimbra melhor se compreende, mesmo nas suas aparentes contradições. O seu estudo confirma a diferenciação de modelos arquitetónicos e traz para primeiro plano as divergências existentes dentro do Estado Novo quanto à importância do nacionalismo arquitetónico e aos meios de o alcançar. O predomínio do classicismo monumental não obstou ao afloramento de modelos pseudo-vernáculos em bairros de realojamento e obras secundárias e à tardia emergência do modernismo. A estatuária, próxima da dos regimes autoritários e totalitários pelo seu estatismo, sobriedade académica e alusão à Antiguidade, permaneceu refém de um naturalismo simplificado e geralmente convencional. Os murais foram votados à consagração da História, dos heróis nacionais e do saber.
Informação adicional
Autor | |
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Data | |
Edição | 1.ª Edição |
Série | |
DOI | 10.14195/978-989-26-0377-3 |
eISBN | 978-989-26-0377-3 |
ISBN | 972-8704-55-0 |